segunda-feira, março 02, 2009

10 filmes para 2009

Há quem diga que o ano de 2008 foi fraco em filmes. Talvez na quantidade de genialidade, mas em termos de qualidade da dita cuja, houve obras que compensaram a fartura, desde "The curious case of Benjamin Button", filme de David Fincher, (que, como "Fight club" e "Zodiac", outros filmes do realizador, precisará que a poeira assente para que seja apreciada como a obra-prima que realmente é); passando por "The dark knight, um grande filme em primeiro e uma obra de super-heróis depois; acabando em "Wall-E", genial prodígio de animação (e ao dizer isto, parecemos reduzir o seu poder...), "The wrestler" (só não vê quem quer que Aronofsky é um dos grandes realizadores a trabalhar actualmente, e que Mickey Rourke é extraordinário), "Milk" (bela malha de Gus Van Sant no mainstream, e impressionante forma de vermos Sean Penn desaparecer num personagem por completo)....
2009 promete ser um ano marcado por uma fornada interessante de filmes, com o regresso de grandes mestres, folias várias e a confirmação de grandes realizadores do século XXI. Numa opinião puramente de "Estes vou vê-los ao cinema", deixo aqui dez filmes para 2009.
"Green Zone"

Paul Greengrass regressa na adaptação de um livro de não-ficção, "Imperial life inside the Emerald city", que retrata os primeiros anos da ocupação norte-americana do Iraque. O filme segue a história de dois agentes da CIA que percorrem o Iraque em busca de armas de destruição maciça, juntando-se-lhes um jornalista estrangeiro. Os filmes sobre a guerra do Iraque têm-se afundado nas bilheteiras, mas a era Bush acabou e a operação de esquecimento também. Com Obama, cheira-me que vamos viver uma era de Justiça e Reconciliação. Isto aliado à dupla Greengrass/Damon, promete um thriller à maneira com o melhor de ambos: o nervoso miudinho e a visceralidade do realizador britânico, e o aspecto normal de Damon, que esconde uma intensidade subtil que o faz ser um daqueles actores que raramente dá um passo em falso. No elenco, estão também Amy Ryan, Brendan Gleeson e Greg Kinnear.

"Shutter Island"

O regresso de Scorsese após ter sido finalmente coroado pela Academia dá-se com a adaptação de um romance do badalado Dennis Lehane, o mesmo de "Mystic river" e "Gone baby gone". À partida, este parece ser um filme de puro entretenimento, e nada dado a prémios, mas com Scorsese, nunca se sabe... Com a acção em 1954, Leonardo di Caprio é Ted Daniels, um agente do FBI responsável por capturar uma assassina que fugiu de um manicómio e que se refugiou em Shutter Island, onde fica uma prisão de segurança máxima. Claro está que há um motim e é um reviralho certo! Scorsese a realizar já é uma garantia, mas depois ainda há um elenco onde, para além de di Caprio, temos Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Emily Mortimer, Michelle Williams, Max von Sydow, Jackie Earle Haley, Patricia Clarkson...

"Inglourious basterds"

No capítulo de guilty pleasures, eis o feel good movie do ano para vítimas do Holocausto. A nova mixada de Tarantino parte de um high concept que me deixa de água na boca: um homem, Aldo Raine, organiza um grupo de oito judeus durante a 2ª Guerra Mundial, cuja missão é serem largado para lá das linhas do inimigo com o objectivo único de matar o maior número de nazis possível. Há histórias paralelalas envolvendo um sanguinário coronel alemão e a única sobrevivente de um dos seus massacres, e também um plano qualquer dos serviços secretos ingleses, mas ver Brad Pitt como Aldo Raine, em todo o seu carisma, num filme assumidamente brutalista, à solta por França going medieval on nazi ass é algo que me deixa bastante curioso.
"Public enemies"

Depois de ter questionavelmente reunido Colin Farrel e Jamie Foxx, Michael Mann decidiu que estava na altura de juntar dois actores a sério e foi pedir a Christian Bale e Johnny Depp que protagonizassem este biopic do gangster John Dillinger. Depp faz o papel principal, Bale o do polícia encarregue de prendê-lo. "Heat" na década de 30? Já era bem bom. Mann é um excelente realizador e com estes dois actores, o filme está à partida ganho. Junte-se Marion Cotillard, Billy Crudup e Channing Tatum, e podemos estar perante um dos grandes filmes deste ano.
"Los abrazos rotos"

O espanhol Pedro Almodovar reúne-se com a sua musa, agora oscarizada, Penelope Cruz no filme que se segue ao melodrama "Volver". Não existem muitas informações sobre a história do filme, apesar de já ter sido lançado na Internet um teaser trailer que é mais um curioso exercício de estética do que uma fonte de pormenores, mas aparentememte, trata-se de uma história deamor a quatro, com uma componente de thriller, onde o realizador faz uma homenagem a um dos seus géneros preferidos, o film noir norte-americano. Almodovar é, indubitaveçmente, um dos grandes do cinema europeu e é inegável que Cruz poderá ser uma herdeira óbvia das lânguidas femmes fatales das décadas de 40 e 50. Para além disso, é sempre curioso ver o suspense pelos olhos de Almodovar.
"The informant"

Steven Soderbergh é um daqueles realizadores que, sem se dar muito por isso,
está a construir uma das carreiras mais interessantes dos últimos anos. É um homem capaz de enveredar pelo comercial (as aga "Ocean's", "Erin Brockovich"), o cinema independente ("Traffic", "The limey") ou coisas que simplesmente são demasiaod bizarras para categorizar ("Schizopolis", "Bubble"). Depois de entregar o díptio de Che Guevara, com "The argentine" e Guerrilla", Soderbergh não parece contente com a diversidade das suas obras e envereda por uma nova, o thriller político. Tendo como protagonista o omnipresente Matt Damon, "The informant" trata da perseguição legal que o governo norte-americano faz a uma multinacional de agricultura, com base nas informações de um vice-presidente da empresa, Mark Whitacre, personagem de Damon. A intriga traz recordações de "The insider", e isso nunca pode ser mau.
"Avatar"

James Cameron tem-se tornado, com o passar dos anos, numa lenda. O comandante que levou "Titanic" ao apetecido posto de obra mais rentável de todos os tempos está sem fazer uma coisa a sério desde 1997, ano do seu amior sucesso. Embora tenha andado ocupado com alguns documentários, este "Avatar" é o seu real regresso às obras de ficção. Cameron disse que só regressaria com algo de revolucionário e há uma coisa que temos de lhe reconhecer: os seus filmes são quase sempre marcantes a nível técnico. "Avatar" é uma obra de ficção científica com a premissa normal de humanos vs aliens, mas com o ênfase a ser dado à tecnologia de motion-capture utlizada (update à utilizada para a criação da personagemd e Gollum e para a concretização de "Beowulf") e de facto, foi apenas ao ver os resultados das filmagens de Cameron com este arsenal que SPileberg e Peter Jackson se decidiram por fazer finalmente Tintin, a meias. Aconteça o que acontecer, seja o filme bom ou mau, "Avatar" será sempre, com tudo o que está envolvido, um dos mais importantes acontecimentos cinematográficos de 2009.
"The lovely bones"

Outro regresso para 2009 é o de Peter Jackson. Neste caso, é um regresso ao passado, com "The lovely bones", que o coloca novamente no género de drama intimista, com raízes no fantástico, que visitou em "Heavenly creatures". No centro do filme, está a morte de Susie Salmon, uma menina de 10 anos que morre e vai para o céu, assistindo a partir daí ao impacto que a sua morte tem no seu assassino e na sua família, pesando o seu desejo de vingança contra a necessidade que a sua família tem de seguir em frente após a sua morte. Este tipo de história não podia estar mais longe da trilogia de "O senhor dos anéis" e Jackson passou a oportunidade de realizar o futuro "O Hobbitt" para se concentrar neste filme. Racehl Weisz, o granítico Mark Wahlberg, Susan Sarandon, Saoirse Ronan e Michale IMperioli compõe o elenco do filme.

"Nine"

"Nine" é um musical de Rob Marshall, adaptado do original na Broadway, que por sua vez já tinha sido uma adaptação de "8 1/2", de Federico Fellini. Ok, mais um musical da Broadway... O que é que tem de especial? Apenas isto: Marion Cotillard, Penelope Cruz, Nicole Kidman, Judi Dench, Sophia Loren, Kate Hudson e numa prova de versatilidade, Daniel Day-Lewis!. A sério, Daniel. Day-Lewis protagoniza um musical... Um dos must-see da tempoarada para quem acha curioso quando o type-casting se inverte.

"The tree of life"

Novamente, um filme do qual pouco se sabe. Mas desta vez, compreende-se:é a nova obra do genial e recluso Terrence Malick, o homem que de 1973 a 2005, realizou apenas quatro filmes, três deles obras-primas imediatas: "Badlands", "Days of heaven" e "The thin red line", a que se junta o recente "New world". O seu novo filme passa-se na década de 50 e promete ser mais uma das reflexões cinematográficas que marcam o seu estilo próprio, desta vez sobre a perda da inocência na passagem á idade adulta e a importância da família. É também a primeira reunião de Brad Pitt e Sean Penn, ambos nomeados para Melhor actor nos Oscars de 2008, num filme, e isso acrescenta uma curiosidade extra a um filme que já de si desperta grande interesse entre cinéfilos.

2 comentários:

Anónimo disse...

5 in 10 really caught my eye!
Por ordem de atracção: "Los abrazos rotos"; "Shutter island"; "The tree of life"; "Nine"; and, last but not least, "The lovely bones"! Esta fornada parece ser jeitosa.

Post-It disse...

Venham eles!