sexta-feira, março 16, 2007

"Lost: a discussão"


Frequentadores habituais deste blog já o sabem, e os novos frequentadores têm de o saber se vão contiuar por aqui: eu sou vidrado em "Lost". E apesar de gostar muito de séries de televisão, daquelas boas mesmo boas, é muito difícil ficar realmente agarrado a uma. Ficar agarrado não é querer ver todos os episódios e conhecer os personagens pelos noms: é sofrer com o que se está a ver, sentir uma ânsia especial 5 segundos antes de começar a ver um episódio, fechar as portadas da janela junto ao computador, porque está alguma claridade e isso pode atrapalhar a experiência de visionamento, trancar a porta da divisão onde estamos para ninguém nos incomodar e, às vezes, prescindir de um ou outro evento social porque temos a nossa série para ver. Que me lembre, apenas duas séries alguma vez me provocaram este tipo de reacções: "The X-Files", opus máxima de Chris Carter e, vá lá, da ficção televisiva, e "Lost", o cocktail endiabrado de J.J. Abrams e Daomn Lindeloff.
Ora, fã como sou da série, vejo-me obrigado a sair a terreiro e ser uma voz contra-corrente, no mar de críticas negativas que ultimamente têm sido atiradas a "Lost", de todos os quadrantes, por críticos de televisão e espectadores. Na verdade, amigos meus começam já a desistir da série e a louvar outras que por aí aparecem (i.e.: "Heroes"). Porquê? Como é que "Lost" passou de uma coisa nova e excitante para saco de pancada? Acho que a resposta vai dar um pouco à ideia que temos das séries como uma coisa imutável e definida. Na minha opinião, "Lost" tem até agora três temporadas que são qause 3 séries diferentes, mesmo a nível de personagens. Embora para mim seja uma força, que mostra a criatividade de quem escreve aquilo e me seduz por não saber muito bem onde me estão a levar (e eu gosto de ser mantido na expectativa), compreendo que seja frustrante para quem começou a gostar de "Lost" por ser um programa/convívio de 14 pessoas numa praia. Chegar a esta altura com 7 escotilhas, uma aldeia de Others e outras coisas que o bom senso me impede de revelar é reealmente um afastamento dessa simplicidade. Para mais, há críticas que se têm de aceitar: há personagens que foram adicionados sem grande utilidade, por enquanto: embora Libby, na segunda série, tenha sido o interesse amorosos de Hurley, que mais fez ela? E mesmo Rose e Bernard? Ou, agora nesta temporada, Paulo e Nikki? Torna-se difícil gerir os restantes personagens desta maneira, e talvez seja a incapacidade em aprofundar os passados e as peculiaridades dos restantes personagens que levam alguna a desligarem-se da série e seus personagens.
No entanto, e para não alongar muito esta primeira abordagem, porque falarei mais vezes deste assunto para compensar a ausência de reviews dos episódios, há acusações com que discordo por completo: não acho que os autores não saibam para onde estão a ir. Na minha cabeça, pelo menos, a maior parte das coisas tem lógica interna. Para além disso, sou alguém com paciência para não querer dez mistérios respondidos num episódios. Continuo a interessar-me tanto pela maior parte dos personagens como da primeira vez que vi, e sinto-me seguro quando digo isto, porque não comecei a ver "Lost", porque era fixe ou porque me contaram: vi "Lost" quando quase ninguém via, informado pelo site da Entertainment Weekly (revista que aconelho para quem gosta destas coisas), e não me senti defraudado. Houve alturas em que me senti desiludido com alguns episódios, mas os momentos que me deixaram boquiaberto compensam largamente os primeiros. Por isso, não vou desistir. Gosto de mistéiros de resolução lenta. Quem quisere coisas rápidas e imediatas, tem "Heroes", à segunda à noite.

1 comentário:

Castro disse...

Eu por acaso ando a acompanhar a série "Heroes", é levezinha,cheia de acção algum mistério... Mas nada que a compare com LOST.
O especial do Lost é mesmo esse, criar mistérios e ir desvendando-os a pouco e pouco. Quem não gosta... Mude de canal :D

Aquele abraço