domingo, março 25, 2007

A frustração

Sento-me na cadeira, defronte do portátil. À minha frente, um ficheiro Word chamado "Invocação" cruza os braços e espera que eu faça alguma coisa. De preferência, acrescentar-lhe paralavras; e para falar verdade, eu até quero; e até até escrevo. No entanto, 5 minutos depois, apago e reescrevo. E volto a apagar. É assim a minha rotina quando me tento dedicar a escrever a tal série de televisão de que aqui tenho falado. Porque é horrível não sentirmos uma joltada de energia quando lemos aquilo que escrevemos, aquele formigueiro de que está ali alguma coisa de jeito. Eu ando em permanente luta à procura desse formigueiro, mas não está fácil.
Reviro a minha percepção do processo criativo e tento descobrir como é aqueles argumentistas brilhantes das séries que vejo desencantam diálogos brilhantes aparentemente do nada. Não consigo descobrir como, e desespero um bocadinho mais. Quando começo a duvidar da minha escrita, começo a duvidar das minhas ideias; e depois disso, o poço de inseguranças que sou eu funciona em cadeia e encarrega-se do resto.
Dizem que a caneta é mais forte que a espada. Não sie qual delas dói mais, mas ambas matam a cabeça.

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